Passei muito tempo sem cozinhar. Por preguiça, por falta de motivação, por medo de dar errado. Toda aquela história de que eu não ia passar 1h na cozinha, sujando vasilhas e panelas pra preparar algo que eu comeria sozinha em 15min.
Aí nos dias que a romena (que também não sabe cozinhar) tava aqui e agora que tenho um namorado pra fazer companhia nas horas boas e ruins, andei experimentando algumas coisas. Fora o bolo de cenoura que deu errado porque eu esqueci de conferir se tinha açúcar suficiente em casa (acontece com frequência, já que não adoço suco, chá ou café, aí pouco ligo se tem açúcar ou não), até que não andei me saindo muito mal. Claro que nada sai perfeito também, porque, né? Em se tratando de mim, sempre tem que ter aquela emoção, uma sensação de que vai dar errado.
Teve o peixe com molho de palmito que ficou meio insosso acompanhado de um macarrão muito salgado num sábado nublado de ficar em casa; o bolo de fubá que era muita massa pra forma pequena e derramou no forno, mas que ficou bem gostoso; teve o antepasto de berinjela e pimentão que fiz seguindo direitinho a receita e mesmo assim deu errado, mas que agora eu uso pra incrementar o molho das coisas; teve a lasanha de proteína de soja, com massa fresca vencida de um dia e queijo insuficiente, mas que tava uma delícia, sobretudo considerando a fome de pessoas almoçando às 16h30 da tarde; teve o macarrão super colorido com atum, que ficou meio estranho porque o molho não misturou direito, mas tava bom; e teve a sopa de ervilha que deu certo direitinho das 2x que fiz e já entrou pra lista das coisas que sei cozinhar (bem que Aninha luíza disse que era fácil!). Já tou pensando qual vai ser a próxima experiência.
Alguém aí é corajoso e quer vir almoçar aqui qualquer dia?
:)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
a praia
Quem me conhece sabe que eu não gosto de praia. Na verdade, não é bem uma questão de não gostar da praia, eu até que gosto; o problema é não gostar da praia da mesma maneira que as outras pessoas.
Praia pra mim é chegar de vestidinho e chinelo, bem cedinho de manhã, sentar numa mesa com um guarda-sol enorme e ficar olhando o mar e sentindo a maresia na cara, enquanto eu espero um caranguejo ou uma água de coco chegar. Ou então umas caminhadas enormes de fim de tarde ou à noite, dessas que sempre duram o tempo de criar uma vontade gigantesca de sentar pra comer açaí falando da vida própria e alheia.
Porque, assim: eu até gosto de banho de mar, mas veja bem, eu sou uma pessoa muito cheia de frescuras e complexos acumulados. Não gosto muito de tomar sol, porque me dá aquela moleza gigante; não gosto da água fria e do frio ainda maior quando se sai do mar e bate aquele vento no corpo molhado, odeio ficar com o cabelo grudento de sal, molhado molengo pingando nas costas; odeio aquela água salgada destruindo seus olhos e encriquilhando a pele, sobretudo se eu não puder, expresso!, correr pra uma ducha de água doce salvadora - a qual, no entanto, não me livra da sensação incômoda de estar com a bunda molhada por mais que você se se seque. (Sinta o drama da pessoa.)
Mas quando a romena tava aqui, louca pra conhecer o oceano Atlântico e cheia de planos frustrados de idas à praia com o pessoal do laboratório, me rendi, disse que faria companhia e fui à praia.
Devo mencionar que estou em Curitiba, estávamos no meio de uma semana fria e nublada de setembro (alguém avisa que já é primavera?) e todas as pessoas sempre me diziam que as praias do PR são extremamente brochantes: nunca tinha tido a curiosidade nem a disposição de ir. O que é muito natural de mim, considerando que eu passo as férias em Natal e mal vou pra praia e a última vez que eu tinha entrado no mar - e por uns poucos minutos - datava de janeiro2009. E nem é que seja assim tão longe, mas foi toda uma jornada rumo ao oceano.
Acordar cedo num domingo, após ter ido dormir tarde no sábado, já é por si só um esforço considerável. Vesti biquíni, coloquei protetor solar na bolsa e rumei pra rodoviária, torcendo pra que o sol fosse gentil e não sumisse. Mais de 2h num ônibus, pra chegar num lugar semi esquisito e ainda pegar um barco e assim poder chegar na única praia recomendada como decente nesse vasto litoral paranaense: Ilha do Mel. Promessas de trilhas e forte e faróis e reserva ecológica, coisas que eu passaria o dia fazendo de boa, mas a romena só queria saber de fotos e de se jogar na água da primeira praia com ondas que a gente viu.
Então tá, né. Já tou aqui mesmo e esse vai ser meu domingo inteiro, para o bem ou para o mal. Entrei na onda e pronto: fiquei durante horas e horas no mar, mergulhando, levando caldo, me enchendo de areia, sendo arrastado pra longe das bolsas, correndo de volta, sendo açoitada pelas ondas que vinham fortes de todas as direções, até que de repente o sol resolveu lembrar que isso aqui não é Nordeste, fechou o tempo e nos presenteou com chuva no fim do dia (ainda bem que a essa hora a gente já tava sã, salva e dormindo dentro do ônibus, depois de o perder na rodoviária e ter que tomar um táxi pra alcançá-lo no próximo ponto).
Até que foi bom, no fim das contas. Me esforcei herculeamente para não reclamar o tempo todo de tudo o que me incomodava, e surtiu efeito. Exceto pela parte das queimaduras no ombro, que vieram fortes apesar do protetor solar e devidas reaplicações e que tornaram minhas noites muito menos agradáveis do que costumam ser. Mas fique registrado que tive minha cota de mar por um boooom tempo.
(Mostro fotos depois; estou usando computador alheio porque o meu resolveu morrer de leve.)
Praia pra mim é chegar de vestidinho e chinelo, bem cedinho de manhã, sentar numa mesa com um guarda-sol enorme e ficar olhando o mar e sentindo a maresia na cara, enquanto eu espero um caranguejo ou uma água de coco chegar. Ou então umas caminhadas enormes de fim de tarde ou à noite, dessas que sempre duram o tempo de criar uma vontade gigantesca de sentar pra comer açaí falando da vida própria e alheia.
Porque, assim: eu até gosto de banho de mar, mas veja bem, eu sou uma pessoa muito cheia de frescuras e complexos acumulados. Não gosto muito de tomar sol, porque me dá aquela moleza gigante; não gosto da água fria e do frio ainda maior quando se sai do mar e bate aquele vento no corpo molhado, odeio ficar com o cabelo grudento de sal, molhado molengo pingando nas costas; odeio aquela água salgada destruindo seus olhos e encriquilhando a pele, sobretudo se eu não puder, expresso!, correr pra uma ducha de água doce salvadora - a qual, no entanto, não me livra da sensação incômoda de estar com a bunda molhada por mais que você se se seque. (Sinta o drama da pessoa.)
Mas quando a romena tava aqui, louca pra conhecer o oceano Atlântico e cheia de planos frustrados de idas à praia com o pessoal do laboratório, me rendi, disse que faria companhia e fui à praia.
Devo mencionar que estou em Curitiba, estávamos no meio de uma semana fria e nublada de setembro (alguém avisa que já é primavera?) e todas as pessoas sempre me diziam que as praias do PR são extremamente brochantes: nunca tinha tido a curiosidade nem a disposição de ir. O que é muito natural de mim, considerando que eu passo as férias em Natal e mal vou pra praia e a última vez que eu tinha entrado no mar - e por uns poucos minutos - datava de janeiro2009. E nem é que seja assim tão longe, mas foi toda uma jornada rumo ao oceano.
Acordar cedo num domingo, após ter ido dormir tarde no sábado, já é por si só um esforço considerável. Vesti biquíni, coloquei protetor solar na bolsa e rumei pra rodoviária, torcendo pra que o sol fosse gentil e não sumisse. Mais de 2h num ônibus, pra chegar num lugar semi esquisito e ainda pegar um barco e assim poder chegar na única praia recomendada como decente nesse vasto litoral paranaense: Ilha do Mel. Promessas de trilhas e forte e faróis e reserva ecológica, coisas que eu passaria o dia fazendo de boa, mas a romena só queria saber de fotos e de se jogar na água da primeira praia com ondas que a gente viu.
Então tá, né. Já tou aqui mesmo e esse vai ser meu domingo inteiro, para o bem ou para o mal. Entrei na onda e pronto: fiquei durante horas e horas no mar, mergulhando, levando caldo, me enchendo de areia, sendo arrastado pra longe das bolsas, correndo de volta, sendo açoitada pelas ondas que vinham fortes de todas as direções, até que de repente o sol resolveu lembrar que isso aqui não é Nordeste, fechou o tempo e nos presenteou com chuva no fim do dia (ainda bem que a essa hora a gente já tava sã, salva e dormindo dentro do ônibus, depois de o perder na rodoviária e ter que tomar um táxi pra alcançá-lo no próximo ponto).
Até que foi bom, no fim das contas. Me esforcei herculeamente para não reclamar o tempo todo de tudo o que me incomodava, e surtiu efeito. Exceto pela parte das queimaduras no ombro, que vieram fortes apesar do protetor solar e devidas reaplicações e que tornaram minhas noites muito menos agradáveis do que costumam ser. Mas fique registrado que tive minha cota de mar por um boooom tempo.
(Mostro fotos depois; estou usando computador alheio porque o meu resolveu morrer de leve.)
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
colocando as novidades em dia, parte I: os intercambistas
Fiquei de cara quando parei pra pensar (graças a um comentário da AnaLoo) há quanto tempo eu não escrevia por aqui: quase 2 meses. E não é como se fossem 2 meses sem novidade alguma, porque na verdade aconteceram várias e várias coisas. Então vamos por partes:
Em se tratando de intercâmbios, os tunisianos ficaram uns dias, mal pisaram no estágio designado pra eles no hospital e saíram viajando loucamente por aí, conhecendo um monte de coisas do Brasil que eu nunca nem cheguei perto, tipo o Rio de Janeiro e Parati. Não sem antes me levarem pra ver o 1º jogo de futebol num estádio, num dia de chuva, capas de plástico e arquibancadas molhadas. Foram embora no final de agosto e nunca mais deram notícias. Não devem ter me curtido muito, no fim das contas. Talvez esperassem uma brasileira sambista e fã de praia e futebol, mas, né? Eles estavam em Curitiba e eu sou uma vergonha pra raça; nem CDs de música brasileira eu tinha as manhas de saber recomendar. Mas foi uma experiência legal, e eles me apresentaram à delícia que é comer halwa chamia (é tipo uma paçoquinha de gergelim) com azeite de oliva no pão. Nham. (Quero ver onde é que eu vou encontrar isso pra vender aqui no Brasil, mas tudo bem.)
Uns dias depois, estava eu bem sossegada num sábado à tarde, quando recebo a ligação que mudaria meu setembro inteiro: "Ana, você pode receber algum intercambista na sua casa?". Depois da minha resposta positiva que veio sem muita reflexão, no outro dia de manhã me aparece uma romena baixinha, gordinha, sorridente e muito querida pra passar o mês inteiro aqui no apartamento. Essa era mais tranqüila, mais caseira, mais parecida comigo. Gostei mais dela e a recíproca foi super válida.
Conversávamos bastante, enquanto ela amenizava os estragos nas minhas unhas quebradas/roídas em noites frias de café e músicas dos mais variados estilos. (Inclusive, ela destruiu minhas estatísticas nos sites de música, ouvindo coisas bizarras no repeat durante horas, quando eu esquecia de desligar o plugin que registra tudo.) Morri de rir com as tentativas dela de falar português, assim como ela ria com minhas tentativas de falar romeno. Mas ela até que aprendeu um bocado e de vez em quando eu e meus amigos nos surpreendíamos com ela fazendo algum comentário sobre algum diálogo que tinha acontecido totalmente em português.
Foi legal ter companhia em casa para jantar e tomar café da manhã, pra desabafar de um dia ruim, pra sair à noite, pra dar uma volta no Mercado Municipal, mas acho que já me acostumei muito com a vida de morar sozinha e essa experiência me fez repensar muito se eu teria a paciência suficiente de morar com uma pessoa estranha, por mais que a gente se desse bem de cara.
E me fez ter consciência de que eu não sou uma pessoa muito boa pra receber visitas com tanta freqüência: além de não saber muito sobre a cultura local, e frustrar o estereótipo de Brasil das pessoas, a chance de eu deixar minhas coisas importantes de lado é alta e depois vem com força o desespero de não-vai-dar tempo-não! Mas já tive o bastante de intercâmbios por esse ano, acho. E não acho que mais ninguém venha tão cedo, anyway. Agora é só decidir pra onde eu vou ano que vem e tentar incluir a Romênia em algum ponto da viagem.
Em se tratando de intercâmbios, os tunisianos ficaram uns dias, mal pisaram no estágio designado pra eles no hospital e saíram viajando loucamente por aí, conhecendo um monte de coisas do Brasil que eu nunca nem cheguei perto, tipo o Rio de Janeiro e Parati. Não sem antes me levarem pra ver o 1º jogo de futebol num estádio, num dia de chuva, capas de plástico e arquibancadas molhadas. Foram embora no final de agosto e nunca mais deram notícias. Não devem ter me curtido muito, no fim das contas. Talvez esperassem uma brasileira sambista e fã de praia e futebol, mas, né? Eles estavam em Curitiba e eu sou uma vergonha pra raça; nem CDs de música brasileira eu tinha as manhas de saber recomendar. Mas foi uma experiência legal, e eles me apresentaram à delícia que é comer halwa chamia (é tipo uma paçoquinha de gergelim) com azeite de oliva no pão. Nham. (Quero ver onde é que eu vou encontrar isso pra vender aqui no Brasil, mas tudo bem.)
Uns dias depois, estava eu bem sossegada num sábado à tarde, quando recebo a ligação que mudaria meu setembro inteiro: "Ana, você pode receber algum intercambista na sua casa?". Depois da minha resposta positiva que veio sem muita reflexão, no outro dia de manhã me aparece uma romena baixinha, gordinha, sorridente e muito querida pra passar o mês inteiro aqui no apartamento. Essa era mais tranqüila, mais caseira, mais parecida comigo. Gostei mais dela e a recíproca foi super válida.
Conversávamos bastante, enquanto ela amenizava os estragos nas minhas unhas quebradas/roídas em noites frias de café e músicas dos mais variados estilos. (Inclusive, ela destruiu minhas estatísticas nos sites de música, ouvindo coisas bizarras no repeat durante horas, quando eu esquecia de desligar o plugin que registra tudo.) Morri de rir com as tentativas dela de falar português, assim como ela ria com minhas tentativas de falar romeno. Mas ela até que aprendeu um bocado e de vez em quando eu e meus amigos nos surpreendíamos com ela fazendo algum comentário sobre algum diálogo que tinha acontecido totalmente em português.
Foi legal ter companhia em casa para jantar e tomar café da manhã, pra desabafar de um dia ruim, pra sair à noite, pra dar uma volta no Mercado Municipal, mas acho que já me acostumei muito com a vida de morar sozinha e essa experiência me fez repensar muito se eu teria a paciência suficiente de morar com uma pessoa estranha, por mais que a gente se desse bem de cara.
E me fez ter consciência de que eu não sou uma pessoa muito boa pra receber visitas com tanta freqüência: além de não saber muito sobre a cultura local, e frustrar o estereótipo de Brasil das pessoas, a chance de eu deixar minhas coisas importantes de lado é alta e depois vem com força o desespero de não-vai-dar tempo-não! Mas já tive o bastante de intercâmbios por esse ano, acho. E não acho que mais ninguém venha tão cedo, anyway. Agora é só decidir pra onde eu vou ano que vem e tentar incluir a Romênia em algum ponto da viagem.
domingo, 16 de agosto de 2009
sendo anfitriã
Os tunisianos chegaram sexta de manhã e fomos eu e Regina buscá-los na rodoviária. Eu sou anfitriã, a pessoa que dá teto, cama, café da manhã, um lugar pra lavar roupa e um chá das 5; ela é a madrinha, a pessoa que busca quando chega, ensina os lugares na cidade e leva pra passear. Mas claro que eu vou junto na hora dos passeios, hehe.
É lógico que eles não vieram da Tunísia de ônibus; desceram no Rio, passaram uma noite lá e depois vieram pra Curitiba. Eles parecem ser pessoas bacanas e fiquei feliz por eles serem bem dispostos a conhecer as coisas diferentes daqui e não parecerem ser muito frescurentos. Como praticamente o país inteiro, eles são muçulmanos, mas ainda não vi nenhuma vez eles rezando pra Mecca, haha. Amine não come carne de porco, mas Alia não tá nem aí
O que eu mais fiquei de cara é que eu tava esperando duas meninas, porque nos e-mails que recebi, o assunto sempre era "as tunisianas". Aí na noite anterior à chegada, mando uma SMS feliz começando com "hey girls". E a resposta, qual foi? "LOL, we're a boy and a girl". Sobre isso, apenas um comentário: eu espero muito não depender da pessoa que atualmente coordena os estágios para poder viajar (se tudo der certo) no ano que vem (ainda não sei bem pra onde). Se alguém que organiza as coisas não sabe nem o sexo de quem tá vindo, imagina o resto dos ajustes.
No 1º dia, fomos dar umas voltas pelo Centro da cidade, mostrar as coisas legais aqui por perto e eles já se aventuraram e omeram pamonha, pastel e suco de maracujá. De noite, fiz um cuscuz com ovo, hahaha, porque se quer comer comida brasileira, então taqui. (É que na Tunísia o prato principal também se chama cuscuz, mas é diferente; feito de trigo e tal.)
Ontem, fomos comprar coisas no Centro, depois almoçar numa churrascaria que tinha feijoada, feijão tropeiro e macaxeira frita. E depois fomos visitar um parque onde vários outros intercambistas do mesmo esquema estavam: 3 italianas, um português e um japonês. Todo mundo combinando de jantar numa super churrascaria à noite e depois ir no forró para dançar. Acabei nem indo junto, porque além de não gostar estava pobre, haha.
E hoje eles acordaram cedíssimo e foram pra Morretes, uma cidade vizinha que eu nem conheço ainda. Adoro empolgação turística: é uma coisa que me comove. Na verdade, acho ruim é o fato de que, depois de um tempo, você meio que se acostuma com as possibilidades e acabe deixando tudo pra depois. E a falta de companhias pra rolés tronxo aventureiros também pesa um tanto nisso.
Enfim, depois eu falo mais. Tá na hora do almoço.
É lógico que eles não vieram da Tunísia de ônibus; desceram no Rio, passaram uma noite lá e depois vieram pra Curitiba. Eles parecem ser pessoas bacanas e fiquei feliz por eles serem bem dispostos a conhecer as coisas diferentes daqui e não parecerem ser muito frescurentos. Como praticamente o país inteiro, eles são muçulmanos, mas ainda não vi nenhuma vez eles rezando pra Mecca, haha. Amine não come carne de porco, mas Alia não tá nem aí
O que eu mais fiquei de cara é que eu tava esperando duas meninas, porque nos e-mails que recebi, o assunto sempre era "as tunisianas". Aí na noite anterior à chegada, mando uma SMS feliz começando com "hey girls". E a resposta, qual foi? "LOL, we're a boy and a girl". Sobre isso, apenas um comentário: eu espero muito não depender da pessoa que atualmente coordena os estágios para poder viajar (se tudo der certo) no ano que vem (ainda não sei bem pra onde). Se alguém que organiza as coisas não sabe nem o sexo de quem tá vindo, imagina o resto dos ajustes.
No 1º dia, fomos dar umas voltas pelo Centro da cidade, mostrar as coisas legais aqui por perto e eles já se aventuraram e omeram pamonha, pastel e suco de maracujá. De noite, fiz um cuscuz com ovo, hahaha, porque se quer comer comida brasileira, então taqui. (É que na Tunísia o prato principal também se chama cuscuz, mas é diferente; feito de trigo e tal.)
Ontem, fomos comprar coisas no Centro, depois almoçar numa churrascaria que tinha feijoada, feijão tropeiro e macaxeira frita. E depois fomos visitar um parque onde vários outros intercambistas do mesmo esquema estavam: 3 italianas, um português e um japonês. Todo mundo combinando de jantar numa super churrascaria à noite e depois ir no forró para dançar. Acabei nem indo junto, porque além de não gostar estava pobre, haha.
E hoje eles acordaram cedíssimo e foram pra Morretes, uma cidade vizinha que eu nem conheço ainda. Adoro empolgação turística: é uma coisa que me comove. Na verdade, acho ruim é o fato de que, depois de um tempo, você meio que se acostuma com as possibilidades e acabe deixando tudo pra depois. E a falta de companhias pra rolés tronxo aventureiros também pesa um tanto nisso.
Enfim, depois eu falo mais. Tá na hora do almoço.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
eternamente sem aulas
O Conselho Universitário (Coun), instância máxima de decisão da Universidade Federal do Paraná, adiou a volta às aulas, prevista para a próxima segunda-feira (17/8), para o dia 24 de agosto.
O novo adiamento foi decidido com base nas informações das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e nos dados dos boletins epidemiológicos, que apontaram um aumento no número de casos da nova gripe. As aulas da universidade estão suspensas desde o último dia 30 de julho.
NUM VÔ NEM DIZER MAIS NADA.
Tou aqui achando que, quando voltarem as aulas, eu não vou nem mais saber escrever.
O novo adiamento foi decidido com base nas informações das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e nos dados dos boletins epidemiológicos, que apontaram um aumento no número de casos da nova gripe. As aulas da universidade estão suspensas desde o último dia 30 de julho.
NUM VÔ NEM DIZER MAIS NADA.
Tou aqui achando que, quando voltarem as aulas, eu não vou nem mais saber escrever.
continue a limpar
Um dialogo de MSN muito sincero de alguns minutos atrás:
Rubber Cannonball says:
vc já leu sobre a tunísia?
pra vc n falar bobagem pra ela ;P~
ana says:
ainda não
tou mais preocupada em arrumar a casa
porque tá tudo uma bagunça
terminei de limpar e arrumar o quarto dela
agora vou varrer o resto da casa
e limpar o banheiro
Rubber Cannonball says:
nossa
vc tem q receber uma vez por mês então ;P~
Haha. Pior que é verdade.
Rubber Cannonball says:
vc já leu sobre a tunísia?
pra vc n falar bobagem pra ela ;P~
ana says:
ainda não
tou mais preocupada em arrumar a casa
porque tá tudo uma bagunça
terminei de limpar e arrumar o quarto dela
agora vou varrer o resto da casa
e limpar o banheiro
Rubber Cannonball says:
nossa
vc tem q receber uma vez por mês então ;P~
Haha. Pior que é verdade.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
passadeira
Eu não me importo em lavar louça, sobretudo usando minhas luvinhas amarelas que não deixam a água fria tocar as mãos. Não me importo em varrer a casa. Não me importo em lavar a geladeira. (Com isso quero na verdade dizer: uma coisa é ter preguiça, outra coisa é ter abuso.) Mas algumas tarefas domésticas são imensamente mais chatas do que outras. Sem mencionar meio inúteis.
Passar roupas, por exemplo, é uma coisa muito irritante. Geralmente eu fujo disso: coloco a roupa o mais esticadinha possível no varal e zás! Dá aquela passadinha de mão e dobra, pronto. Mas às vezes não funciona, tipo quando você faz aquele embolado na hora da preguiça, ou quando o tecido é daqueles bem prisiacas, que ficam cheio de vincos e só no ferro bem quente pra dar jeito.
Tou aqui com um monte de coisas que precisam ser dobradas ou empilhadas pra passar mais tarde. Acho chato, mas coloca um sonzinho e a gente vai levando. Mas tem coisa que eu me recuso. Por exemplo, passar pijama. Lá em casa, mainha faz questão, mas nunca entendi o propósito de gastar tempo e energia pra esticar uma roupa que você usa pra dormir e depois vai acordar tão amassada quanto (ou até mais do que) no momento em que você tira do varal. Aqui vai tudo direto pra pilha de guardar no armário.
(Se dependesse só do abuso que eu tenho de passar orupa, teria apenas roupas de malha. Meu senso de ridículo e minhas banhas não deixam.)
Passar roupas, por exemplo, é uma coisa muito irritante. Geralmente eu fujo disso: coloco a roupa o mais esticadinha possível no varal e zás! Dá aquela passadinha de mão e dobra, pronto. Mas às vezes não funciona, tipo quando você faz aquele embolado na hora da preguiça, ou quando o tecido é daqueles bem prisiacas, que ficam cheio de vincos e só no ferro bem quente pra dar jeito.
Tou aqui com um monte de coisas que precisam ser dobradas ou empilhadas pra passar mais tarde. Acho chato, mas coloca um sonzinho e a gente vai levando. Mas tem coisa que eu me recuso. Por exemplo, passar pijama. Lá em casa, mainha faz questão, mas nunca entendi o propósito de gastar tempo e energia pra esticar uma roupa que você usa pra dormir e depois vai acordar tão amassada quanto (ou até mais do que) no momento em que você tira do varal. Aqui vai tudo direto pra pilha de guardar no armário.
(Se dependesse só do abuso que eu tenho de passar orupa, teria apenas roupas de malha. Meu senso de ridículo e minhas banhas não deixam.)
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
gente em casa
Já moro sozinha há alguns meses. Já me acostumei com o silêncio, com o aumento da bagunça, com a louça que sempre é minha, com a chave-reserva sempre em cima da estante, com a ausência de alguém pra comentar sobre a música que tá tocando.
Esse fim de semana Tory veio pra cá, fuga relâmpago de São Paulo só pra mudar de ares e com passagem de volta já comprada, porque as pessoas agora são gente grande e trabalham. Adoro receber pessoas aqui, mas como a maioria dos meus amigos mora em Natal, visitas não são uma constante.
Enfim. Conversamos um bocado sobre sair de casa, mudar de cidade, morar com pessoas e tudo o mais. Ela tá se organizando pra mudar com mais 2 amigas e passando por todas as coisas chatas de procurar apartamento com preço razoável e boa localização (o que, considerando o fator São Paulo da coisa, me pareceu ser um martírio).
Conversa vai e vem, fico pensando que, sim, seria legal morar com alguém bacana de novo. Voltar a fazer as refeições à mesa, ao invés de assistindo seriado ou clipes na MTV. Ter com quem conversar coisas bobas do dia, sobretudo se fosse alguém fora do curso, porque falar de Medicina 24/7 não me parece uma opção tão válida. Talvez eu só precisasse me empenhar em conhecer mais gente aqui e descobrir contatos de gente que precisa de um apartamento. (Às vezes queria que a sociabilidade e a tagarelice dos meus pais tivesse vindo como herança genética.)
Enquanto isso não acontece, movida por uma leve solidão e por uma vontade de conhecer gente nova (me bate às vezes, apesar da timidez constante), me candidatei pra receber uma das tunisianas que vão chegar essa semana para os intercâmbios da faculdade. Espero que dê certo. De qualquer forma, arrumar a bagunça do quarto vazio (que virou semi-despejo) não mata ninguém.
Esse fim de semana Tory veio pra cá, fuga relâmpago de São Paulo só pra mudar de ares e com passagem de volta já comprada, porque as pessoas agora são gente grande e trabalham. Adoro receber pessoas aqui, mas como a maioria dos meus amigos mora em Natal, visitas não são uma constante.
Enfim. Conversamos um bocado sobre sair de casa, mudar de cidade, morar com pessoas e tudo o mais. Ela tá se organizando pra mudar com mais 2 amigas e passando por todas as coisas chatas de procurar apartamento com preço razoável e boa localização (o que, considerando o fator São Paulo da coisa, me pareceu ser um martírio).
Conversa vai e vem, fico pensando que, sim, seria legal morar com alguém bacana de novo. Voltar a fazer as refeições à mesa, ao invés de assistindo seriado ou clipes na MTV. Ter com quem conversar coisas bobas do dia, sobretudo se fosse alguém fora do curso, porque falar de Medicina 24/7 não me parece uma opção tão válida. Talvez eu só precisasse me empenhar em conhecer mais gente aqui e descobrir contatos de gente que precisa de um apartamento. (Às vezes queria que a sociabilidade e a tagarelice dos meus pais tivesse vindo como herança genética.)
Enquanto isso não acontece, movida por uma leve solidão e por uma vontade de conhecer gente nova (me bate às vezes, apesar da timidez constante), me candidatei pra receber uma das tunisianas que vão chegar essa semana para os intercâmbios da faculdade. Espero que dê certo. De qualquer forma, arrumar a bagunça do quarto vazio (que virou semi-despejo) não mata ninguém.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
just bad news, bad news, bad news
Hoje, feliz e sorridente, fui abrir minha caixa de e-mails e me deparo com:
A Universidade Federal do Paraná decidiu prorrogar por mais uma semana a suspensão das aulas de todos os seus cursos de graduação e pós-graduação, em decorrência da epidemia de gripe A (H1N1). Inicialmente previsto para a próxima segunda-feira (10/8), o retorno às aulas está adiado para o dia 17 de agosto.
E não é que eu não goste de férias. Mas é só que metade dos meus amigos viajou daqui e eu ainda fico pensando na encurtada que minha férias de dezembro vão sofrer, sem mencionar os professores que, quando/se voltarem as aulas algum dia, vão querer férias de todo jeito e vão correr (rápido feito foguete) com a matéria.
Sem mais para o momento,
A Universidade Federal do Paraná decidiu prorrogar por mais uma semana a suspensão das aulas de todos os seus cursos de graduação e pós-graduação, em decorrência da epidemia de gripe A (H1N1). Inicialmente previsto para a próxima segunda-feira (10/8), o retorno às aulas está adiado para o dia 17 de agosto.
E não é que eu não goste de férias. Mas é só que metade dos meus amigos viajou daqui e eu ainda fico pensando na encurtada que minha férias de dezembro vão sofrer, sem mencionar os professores que, quando/se voltarem as aulas algum dia, vão querer férias de todo jeito e vão correr (rápido feito foguete) com a matéria.
Sem mais para o momento,
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
permanecendo em repouso
Forças não são aplicadas no sentido de me fazer sair de casa. Tem muita coisa pra se fazer sem tirar o pé da porta: não que eu necessariamente as faça. Tou passando mais tempo na cama do que se estivesse gripada, e nem acho isso ruim.
Laptop no colo: sites de fotografia, músicas, episódios de Big Bang Theory, vídeos engraçados no YouTube. Além disso, os travesseiros. Ah, os travesseiros.
Laptop no colo: sites de fotografia, músicas, episódios de Big Bang Theory, vídeos engraçados no YouTube. Além disso, os travesseiros. Ah, os travesseiros.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
férias do porco
Voltar pra Curitiba por causa do início do semestre - embora já atrasada em uma semana - numa segunda-feira de manhã e descobrir, na quinta de manhã, ao chegar em frente à sala de aula, que as atividades na universidade foram suspensas por causa da tal gripe suína pelo menos até dia 10 de agosto, me fez ficar fuuuuuuuuuuuu.
Porque, óbvio, eu poderia estar em Natal até agora, curtindo umas férias extendidas, cuidando do meu gato recém-cirurgiado, saindo com amigos que eu passo os meses letivos sem ver, assistindo aos programas dos canais de tv a cabo e refazendo o exame prático do DETRAN (porque eu não passei de primeira e tal).
Mas o que se há de fazer, não é mesmo, minha gente? Eu não sou culpada pela histeria coletiva alheia. Acho essa história de H1N1 um exagero danado, sensacionalismo pra desviar a atenção de coisas mais importantes. É claro que eu não vou sair por aí colando em quem estiver espirrando, assim como nunca fiz qualquer que fosse o tipo do resfriado. Lavo as mãos - como sempre fiz - porque tenho higiene e não deixo de conviver com as pessoas. Quantos morrem todo dia de tantas outras doenças e ninguém tá nem aí? Nem quero falar sobre isso, porque me irrita de leve. Sinto ganas de dar uma voadora nas pessoas que ficam andando por aí o dia inteiro de máscara, como se um negócio daquele com validade de apenas 2h e abafando na sua cara fosse ter serventia prática. Enfim.
Fato é que, bem, estou aqui curtindo a doce sensação de vadiagem. Dormindo até que o sono acabe, vendo filmes e seriados, bem devagar mas sempre arrumando a bagunça no apartamento. Combinando programinhas light com os amigos que não viajaram, conversando besteira, comendo cachorro-quente ou pizza, jogando Monopoly até que os roubos se tornem insustentáveis.
Hoje vou, pela primeira vez desde que cheguei, encarar uma aglomeração: encontrar um amigo que não vejo há tempos e ver Inimigos Públicos no cinema. E nem sei se conta muito, considerando que é um shopping pequeno, hoje é segunda-feira e as pessoas devem estar sendo vítimas do seu medo, cada uma em suas casas.
Mas o que se há de fazer, não é mesmo, minha gente? Eu não sou culpada pela histeria coletiva alheia. Acho essa história de H1N1 um exagero danado, sensacionalismo pra desviar a atenção de coisas mais importantes. É claro que eu não vou sair por aí colando em quem estiver espirrando, assim como nunca fiz qualquer que fosse o tipo do resfriado. Lavo as mãos - como sempre fiz - porque tenho higiene e não deixo de conviver com as pessoas. Quantos morrem todo dia de tantas outras doenças e ninguém tá nem aí? Nem quero falar sobre isso, porque me irrita de leve. Sinto ganas de dar uma voadora nas pessoas que ficam andando por aí o dia inteiro de máscara, como se um negócio daquele com validade de apenas 2h e abafando na sua cara fosse ter serventia prática. Enfim.
Fato é que, bem, estou aqui curtindo a doce sensação de vadiagem. Dormindo até que o sono acabe, vendo filmes e seriados, bem devagar mas sempre arrumando a bagunça no apartamento. Combinando programinhas light com os amigos que não viajaram, conversando besteira, comendo cachorro-quente ou pizza, jogando Monopoly até que os roubos se tornem insustentáveis.
Hoje vou, pela primeira vez desde que cheguei, encarar uma aglomeração: encontrar um amigo que não vejo há tempos e ver Inimigos Públicos no cinema. E nem sei se conta muito, considerando que é um shopping pequeno, hoje é segunda-feira e as pessoas devem estar sendo vítimas do seu medo, cada uma em suas casas.
domingo, 2 de agosto de 2009
(re)começo
Semestre novo, tentativa de vida nova. Aí achei que era uma boa idéia criar um blog novo. Reciclando o conceito (e o nome) do antigo, só por aquele prazer de caderno que a gente compra e fica folheando, pensando no que vai usar pra preencher as páginas, tão receptivas.
Então é isso: diarinho das pequenas coisas que acontecem todo dia, pra que as pessoas de longe se sintam mais perto. Pegue a xícara de café e pronto, em minutos você fica sabendo como vai a vida na cidade grande, longe de casa, uma garota se virando com a faculdade, a economia doméstica e os pratos sujos.
Então é isso: diarinho das pequenas coisas que acontecem todo dia, pra que as pessoas de longe se sintam mais perto. Pegue a xícara de café e pronto, em minutos você fica sabendo como vai a vida na cidade grande, longe de casa, uma garota se virando com a faculdade, a economia doméstica e os pratos sujos.
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