Fiquei de cara quando parei pra pensar (graças a um comentário da AnaLoo) há quanto tempo eu não escrevia por aqui: quase 2 meses. E não é como se fossem 2 meses sem novidade alguma, porque na verdade aconteceram várias e várias coisas. Então vamos por partes:
Em se tratando de intercâmbios, os tunisianos ficaram uns dias, mal pisaram no estágio designado pra eles no hospital e saíram viajando loucamente por aí, conhecendo um monte de coisas do Brasil que eu nunca nem cheguei perto, tipo o Rio de Janeiro e Parati. Não sem antes me levarem pra ver o 1º jogo de futebol num estádio, num dia de chuva, capas de plástico e arquibancadas molhadas. Foram embora no final de agosto e nunca mais deram notícias. Não devem ter me curtido muito, no fim das contas. Talvez esperassem uma brasileira sambista e fã de praia e futebol, mas, né? Eles estavam em Curitiba e eu sou uma vergonha pra raça; nem CDs de música brasileira eu tinha as manhas de saber recomendar. Mas foi uma experiência legal, e eles me apresentaram à delícia que é comer halwa chamia (é tipo uma paçoquinha de gergelim) com azeite de oliva no pão. Nham. (Quero ver onde é que eu vou encontrar isso pra vender aqui no Brasil, mas tudo bem.)
Uns dias depois, estava eu bem sossegada num sábado à tarde, quando recebo a ligação que mudaria meu setembro inteiro: "Ana, você pode receber algum intercambista na sua casa?". Depois da minha resposta positiva que veio sem muita reflexão, no outro dia de manhã me aparece uma romena baixinha, gordinha, sorridente e muito querida pra passar o mês inteiro aqui no apartamento. Essa era mais tranqüila, mais caseira, mais parecida comigo. Gostei mais dela e a recíproca foi super válida.
Conversávamos bastante, enquanto ela amenizava os estragos nas minhas unhas quebradas/roídas em noites frias de café e músicas dos mais variados estilos. (Inclusive, ela destruiu minhas estatísticas nos sites de música, ouvindo coisas bizarras no repeat durante horas, quando eu esquecia de desligar o plugin que registra tudo.) Morri de rir com as tentativas dela de falar português, assim como ela ria com minhas tentativas de falar romeno. Mas ela até que aprendeu um bocado e de vez em quando eu e meus amigos nos surpreendíamos com ela fazendo algum comentário sobre algum diálogo que tinha acontecido totalmente em português.
Foi legal ter companhia em casa para jantar e tomar café da manhã, pra desabafar de um dia ruim, pra sair à noite, pra dar uma volta no Mercado Municipal, mas acho que já me acostumei muito com a vida de morar sozinha e essa experiência me fez repensar muito se eu teria a paciência suficiente de morar com uma pessoa estranha, por mais que a gente se desse bem de cara.
E me fez ter consciência de que eu não sou uma pessoa muito boa pra receber visitas com tanta freqüência: além de não saber muito sobre a cultura local, e frustrar o estereótipo de Brasil das pessoas, a chance de eu deixar minhas coisas importantes de lado é alta e depois vem com força o desespero de não-vai-dar tempo-não! Mas já tive o bastante de intercâmbios por esse ano, acho. E não acho que mais ninguém venha tão cedo, anyway. Agora é só decidir pra onde eu vou ano que vem e tentar incluir a Romênia em algum ponto da viagem.
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