sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Faxina

Voltar de férias e, ante a paisagem, lembrar de um episódio de The Big Bang Theory em que o Sheldon pergunta à Penny como ela pode ter certeza de que não foi furtada (dada a bagunça em que o apartamento se encontra) não é muito confortante.

É aquela repetição de sempre, na ponta aérea Natal-Curitiba. Um abandono de apartamento na saída, o choque de se deparar com a bagunça quando se chega. Mas dá pra sobreviver; devagar e sempre. Uma louça lavada aqui, um banheiro tornado usável ali, uma lista de compras que vai sendo construída à medida que o sabão vai acabando depois de tantos ciclos de lavar lençóis e toalhas, que você encontra panos de prato que precisam ir pro lixo, que você vê o vazio que toma conta da geladeira, que seu estoque de fibras já passou há tempos da data de validade. Somando-se a isso a caixa de correio repleta de contas atrasadas que precisam ser pagas e os papéis de aplicação pro intercâmbio que precisam ser providenciados.

Pernas doendo, cansaço, tudo amplificado pelo sedentarismo e pelo calor de trinta e tantos graus, sem falar na descoberta de que a diarista que poderia dar uma mão resolveu na verdade dar um calote em vários moradores do prédio e ficar incontactável.

Mas daqui a uns dias, o apartamento volta a ser salubremente habitável. Um pouco por dia, ele vai voltando a ser o lugar confortável para onde voltar no fim do dia cansativo. Assim espero.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

aprendiz de cozinheira

Passei muito tempo sem cozinhar. Por preguiça, por falta de motivação, por medo de dar errado. Toda aquela história de que eu não ia passar 1h na cozinha, sujando vasilhas e panelas pra preparar algo que eu comeria sozinha em 15min.

Aí nos dias que a romena (que também não sabe cozinhar) tava aqui e agora que tenho um namorado pra fazer companhia nas horas boas e ruins, andei experimentando algumas coisas. Fora o bolo de cenoura que deu errado porque eu esqueci de conferir se tinha açúcar suficiente em casa (acontece com frequência, já que não adoço suco, chá ou café, aí pouco ligo se tem açúcar ou não), até que não andei me saindo muito mal. Claro que nada sai perfeito também, porque, né? Em se tratando de mim, sempre tem que ter aquela emoção, uma sensação de que vai dar errado.

Teve o peixe com molho de palmito que ficou meio insosso acompanhado de um macarrão muito salgado num sábado nublado de ficar em casa; o bolo de fubá que era muita massa pra forma pequena e derramou no forno, mas que ficou bem gostoso; teve o antepasto de berinjela e pimentão que fiz seguindo direitinho a receita e mesmo assim deu errado, mas que agora eu uso pra incrementar o molho das coisas; teve a lasanha de proteína de soja, com massa fresca vencida de um dia e queijo insuficiente, mas que tava uma delícia, sobretudo considerando a fome de pessoas almoçando às 16h30 da tarde; teve o macarrão super colorido com atum, que ficou meio estranho porque o molho não misturou direito, mas tava bom; e teve a sopa de ervilha que deu certo direitinho das 2x que fiz e já entrou pra lista das coisas que sei cozinhar (bem que Aninha luíza disse que era fácil!). Já tou pensando qual vai ser a próxima experiência.

Alguém aí é corajoso e quer vir almoçar aqui qualquer dia?
:)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

a praia

Quem me conhece sabe que eu não gosto de praia. Na verdade, não é bem uma questão de não gostar da praia, eu até que gosto; o problema é não gostar da praia da mesma maneira que as outras pessoas.

Praia pra mim é chegar de vestidinho e chinelo, bem cedinho de manhã, sentar numa mesa com um guarda-sol enorme e ficar olhando o mar e sentindo a maresia na cara, enquanto eu espero um caranguejo ou uma água de coco chegar. Ou então umas caminhadas enormes de fim de tarde ou à noite, dessas que sempre duram o tempo de criar uma vontade gigantesca de sentar pra comer açaí falando da vida própria e alheia.

Porque, assim: eu até gosto de banho de mar, mas veja bem, eu sou uma pessoa muito cheia de frescuras e complexos acumulados. Não gosto muito de tomar sol, porque me dá aquela moleza gigante; não gosto da água fria e do frio ainda maior quando se sai do mar e bate aquele vento no corpo molhado, odeio ficar com o cabelo grudento de sal, molhado molengo pingando nas costas; odeio aquela água salgada destruindo seus olhos e encriquilhando a pele, sobretudo se eu não puder, expresso!, correr pra uma ducha de água doce salvadora - a qual, no entanto, não me livra da sensação incômoda de estar com a bunda molhada por mais que você se se seque. (Sinta o drama da pessoa.)

Mas quando a romena tava aqui, louca pra conhecer o oceano Atlântico e cheia de planos frustrados de idas à praia com o pessoal do laboratório, me rendi, disse que faria companhia e fui à praia.

Devo mencionar que estou em Curitiba, estávamos no meio de uma semana fria e nublada de setembro (alguém avisa que já é primavera?) e todas as pessoas sempre me diziam que as praias do PR são extremamente brochantes: nunca tinha tido a curiosidade nem a disposição de ir. O que é muito natural de mim, considerando que eu passo as férias em Natal e mal vou pra praia e a última vez que eu tinha entrado no mar - e por uns poucos minutos - datava de janeiro2009. E nem é que seja assim tão longe, mas foi toda uma jornada rumo ao oceano.

Acordar cedo num domingo, após ter ido dormir tarde no sábado, já é por si só um esforço considerável. Vesti biquíni, coloquei protetor solar na bolsa e rumei pra rodoviária, torcendo pra que o sol fosse gentil e não sumisse. Mais de 2h num ônibus, pra chegar num lugar semi esquisito e ainda pegar um barco e assim poder chegar na única praia recomendada como decente nesse vasto litoral paranaense: Ilha do Mel. Promessas de trilhas e forte e faróis e reserva ecológica, coisas que eu passaria o dia fazendo de boa, mas a romena só queria saber de fotos e de se jogar na água da primeira praia com ondas que a gente viu.

Então tá, né. Já tou aqui mesmo e esse vai ser meu domingo inteiro, para o bem ou para o mal. Entrei na onda e pronto: fiquei durante horas e horas no mar, mergulhando, levando caldo, me enchendo de areia, sendo arrastado pra longe das bolsas, correndo de volta, sendo açoitada pelas ondas que vinham fortes de todas as direções, até que de repente o sol resolveu lembrar que isso aqui não é Nordeste, fechou o tempo e nos presenteou com chuva no fim do dia (ainda bem que a essa hora a gente já tava sã, salva e dormindo dentro do ônibus, depois de o perder na rodoviária e ter que tomar um táxi pra alcançá-lo no próximo ponto).

Até que foi bom, no fim das contas. Me esforcei herculeamente para não reclamar o tempo todo de tudo o que me incomodava, e surtiu efeito. Exceto pela parte das queimaduras no ombro, que vieram fortes apesar do protetor solar e devidas reaplicações e que tornaram minhas noites muito menos agradáveis do que costumam ser. Mas fique registrado que tive minha cota de mar por um boooom tempo.

(Mostro fotos depois; estou usando computador alheio porque o meu resolveu morrer de leve.)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

colocando as novidades em dia, parte I: os intercambistas

Fiquei de cara quando parei pra pensar (graças a um comentário da AnaLoo) há quanto tempo eu não escrevia por aqui: quase 2 meses. E não é como se fossem 2 meses sem novidade alguma, porque na verdade aconteceram várias e várias coisas. Então vamos por partes:

Em se tratando de intercâmbios, os tunisianos ficaram uns dias, mal pisaram no estágio designado pra eles no hospital e saíram viajando loucamente por aí, conhecendo um monte de coisas do Brasil que eu nunca nem cheguei perto, tipo o Rio de Janeiro e Parati. Não sem antes me levarem pra ver o 1º jogo de futebol num estádio, num dia de chuva, capas de plástico e arquibancadas molhadas. Foram embora no final de agosto e nunca mais deram notícias. Não devem ter me curtido muito, no fim das contas. Talvez esperassem uma brasileira sambista e fã de praia e futebol, mas, né? Eles estavam em Curitiba e eu sou uma vergonha pra raça; nem CDs de música brasileira eu tinha as manhas de saber recomendar. Mas foi uma experiência legal, e eles me apresentaram à delícia que é comer halwa chamia (é tipo uma paçoquinha de gergelim) com azeite de oliva no pão. Nham. (Quero ver onde é que eu vou encontrar isso pra vender aqui no Brasil, mas tudo bem.)

Uns dias depois, estava eu bem sossegada num sábado à tarde, quando recebo a ligação que mudaria meu setembro inteiro: "Ana, você pode receber algum intercambista na sua casa?". Depois da minha resposta positiva que veio sem muita reflexão, no outro dia de manhã me aparece uma romena baixinha, gordinha, sorridente e muito querida pra passar o mês inteiro aqui no apartamento. Essa era mais tranqüila, mais caseira, mais parecida comigo. Gostei mais dela e a recíproca foi super válida.

Conversávamos bastante, enquanto ela amenizava os estragos nas minhas unhas quebradas/roídas em noites frias de café e músicas dos mais variados estilos. (Inclusive, ela destruiu minhas estatísticas nos sites de música, ouvindo coisas bizarras no repeat durante horas, quando eu esquecia de desligar o plugin que registra tudo.) Morri de rir com as tentativas dela de falar português, assim como ela ria com minhas tentativas de falar romeno. Mas ela até que aprendeu um bocado e de vez em quando eu e meus amigos nos surpreendíamos com ela fazendo algum comentário sobre algum diálogo que tinha acontecido totalmente em português.

Foi legal ter companhia em casa para jantar e tomar café da manhã, pra desabafar de um dia ruim, pra sair à noite, pra dar uma volta no Mercado Municipal, mas acho que já me acostumei muito com a vida de morar sozinha e essa experiência me fez repensar muito se eu teria a paciência suficiente de morar com uma pessoa estranha, por mais que a gente se desse bem de cara.

E me fez ter consciência de que eu não sou uma pessoa muito boa pra receber visitas com tanta freqüência: além de não saber muito sobre a cultura local, e frustrar o estereótipo de Brasil das pessoas, a chance de eu deixar minhas coisas importantes de lado é alta e depois vem com força o desespero de não-vai-dar tempo-não! Mas já tive o bastante de intercâmbios por esse ano, acho. E não acho que mais ninguém venha tão cedo, anyway. Agora é só decidir pra onde eu vou ano que vem e tentar incluir a Romênia em algum ponto da viagem.

domingo, 16 de agosto de 2009

sendo anfitriã

Os tunisianos chegaram sexta de manhã e fomos eu e Regina buscá-los na rodoviária. Eu sou anfitriã, a pessoa que dá teto, cama, café da manhã, um lugar pra lavar roupa e um chá das 5; ela é a madrinha, a pessoa que busca quando chega, ensina os lugares na cidade e leva pra passear. Mas claro que eu vou junto na hora dos passeios, hehe.

É lógico que eles não vieram da Tunísia de ônibus; desceram no Rio, passaram uma noite lá e depois vieram pra Curitiba. Eles parecem ser pessoas bacanas e fiquei feliz por eles serem bem dispostos a conhecer as coisas diferentes daqui e não parecerem ser muito frescurentos. Como praticamente o país inteiro, eles são muçulmanos, mas ainda não vi nenhuma vez eles rezando pra Mecca, haha. Amine não come carne de porco, mas Alia não tá nem aí

O que eu mais fiquei de cara é que eu tava esperando duas meninas, porque nos e-mails que recebi, o assunto sempre era "as tunisianas". Aí na noite anterior à chegada, mando uma SMS feliz começando com "hey girls". E a resposta, qual foi? "LOL, we're a boy and a girl". Sobre isso, apenas um comentário: eu espero muito não depender da pessoa que atualmente coordena os estágios para poder viajar (se tudo der certo) no ano que vem (ainda não sei bem pra onde). Se alguém que organiza as coisas não sabe nem o sexo de quem tá vindo, imagina o resto dos ajustes.

No 1º dia, fomos dar umas voltas pelo Centro da cidade, mostrar as coisas legais aqui por perto e eles já se aventuraram e omeram pamonha, pastel e suco de maracujá. De noite, fiz um cuscuz com ovo, hahaha, porque se quer comer comida brasileira, então taqui. (É que na Tunísia o prato principal também se chama cuscuz, mas é diferente; feito de trigo e tal.)

Ontem, fomos comprar coisas no Centro, depois almoçar numa churrascaria que tinha feijoada, feijão tropeiro e macaxeira frita. E depois fomos visitar um parque onde vários outros intercambistas do mesmo esquema estavam: 3 italianas, um português e um japonês. Todo mundo combinando de jantar numa super churrascaria à noite e depois ir no forró para dançar. Acabei nem indo junto, porque além de não gostar estava pobre, haha.

E hoje eles acordaram cedíssimo e foram pra Morretes, uma cidade vizinha que eu nem conheço ainda. Adoro empolgação turística: é uma coisa que me comove. Na verdade, acho ruim é o fato de que, depois de um tempo, você meio que se acostuma com as possibilidades e acabe deixando tudo pra depois. E a falta de companhias pra rolés tronxo aventureiros também pesa um tanto nisso.

Enfim, depois eu falo mais. Tá na hora do almoço.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

eternamente sem aulas

O Conselho Universitário (Coun), instância máxima de decisão da Universidade Federal do Paraná, adiou a volta às aulas, prevista para a próxima segunda-feira (17/8), para o dia 24 de agosto.
O novo adiamento foi decidido com base nas informações das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e nos dados dos boletins epidemiológicos, que apontaram um aumento no número de casos da nova gripe. As aulas da universidade estão suspensas desde o último dia 30 de julho.


NUM VÔ NEM DIZER MAIS NADA.
Tou aqui achando que, quando voltarem as aulas, eu não vou nem mais saber escrever.

continue a limpar

Um dialogo de MSN muito sincero de alguns minutos atrás:

Rubber Cannonball says:
vc já leu sobre a tunísia?
pra vc n falar bobagem pra ela ;P~

ana says:
ainda não
tou mais preocupada em arrumar a casa
porque tá tudo uma bagunça
terminei de limpar e arrumar o quarto dela
agora vou varrer o resto da casa
e limpar o banheiro

Rubber Cannonball says:
nossa
vc tem q receber uma vez por mês então ;P~


Haha. Pior que é verdade.