Passei muito tempo sem cozinhar. Por preguiça, por falta de motivação, por medo de dar errado. Toda aquela história de que eu não ia passar 1h na cozinha, sujando vasilhas e panelas pra preparar algo que eu comeria sozinha em 15min.
Aí nos dias que a romena (que também não sabe cozinhar) tava aqui e agora que tenho um namorado pra fazer companhia nas horas boas e ruins, andei experimentando algumas coisas. Fora o bolo de cenoura que deu errado porque eu esqueci de conferir se tinha açúcar suficiente em casa (acontece com frequência, já que não adoço suco, chá ou café, aí pouco ligo se tem açúcar ou não), até que não andei me saindo muito mal. Claro que nada sai perfeito também, porque, né? Em se tratando de mim, sempre tem que ter aquela emoção, uma sensação de que vai dar errado.
Teve o peixe com molho de palmito que ficou meio insosso acompanhado de um macarrão muito salgado num sábado nublado de ficar em casa; o bolo de fubá que era muita massa pra forma pequena e derramou no forno, mas que ficou bem gostoso; teve o antepasto de berinjela e pimentão que fiz seguindo direitinho a receita e mesmo assim deu errado, mas que agora eu uso pra incrementar o molho das coisas; teve a lasanha de proteína de soja, com massa fresca vencida de um dia e queijo insuficiente, mas que tava uma delícia, sobretudo considerando a fome de pessoas almoçando às 16h30 da tarde; teve o macarrão super colorido com atum, que ficou meio estranho porque o molho não misturou direito, mas tava bom; e teve a sopa de ervilha que deu certo direitinho das 2x que fiz e já entrou pra lista das coisas que sei cozinhar (bem que Aninha luíza disse que era fácil!). Já tou pensando qual vai ser a próxima experiência.
Alguém aí é corajoso e quer vir almoçar aqui qualquer dia?
:)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
a praia
Quem me conhece sabe que eu não gosto de praia. Na verdade, não é bem uma questão de não gostar da praia, eu até que gosto; o problema é não gostar da praia da mesma maneira que as outras pessoas.
Praia pra mim é chegar de vestidinho e chinelo, bem cedinho de manhã, sentar numa mesa com um guarda-sol enorme e ficar olhando o mar e sentindo a maresia na cara, enquanto eu espero um caranguejo ou uma água de coco chegar. Ou então umas caminhadas enormes de fim de tarde ou à noite, dessas que sempre duram o tempo de criar uma vontade gigantesca de sentar pra comer açaí falando da vida própria e alheia.
Porque, assim: eu até gosto de banho de mar, mas veja bem, eu sou uma pessoa muito cheia de frescuras e complexos acumulados. Não gosto muito de tomar sol, porque me dá aquela moleza gigante; não gosto da água fria e do frio ainda maior quando se sai do mar e bate aquele vento no corpo molhado, odeio ficar com o cabelo grudento de sal, molhado molengo pingando nas costas; odeio aquela água salgada destruindo seus olhos e encriquilhando a pele, sobretudo se eu não puder, expresso!, correr pra uma ducha de água doce salvadora - a qual, no entanto, não me livra da sensação incômoda de estar com a bunda molhada por mais que você se se seque. (Sinta o drama da pessoa.)
Mas quando a romena tava aqui, louca pra conhecer o oceano Atlântico e cheia de planos frustrados de idas à praia com o pessoal do laboratório, me rendi, disse que faria companhia e fui à praia.
Devo mencionar que estou em Curitiba, estávamos no meio de uma semana fria e nublada de setembro (alguém avisa que já é primavera?) e todas as pessoas sempre me diziam que as praias do PR são extremamente brochantes: nunca tinha tido a curiosidade nem a disposição de ir. O que é muito natural de mim, considerando que eu passo as férias em Natal e mal vou pra praia e a última vez que eu tinha entrado no mar - e por uns poucos minutos - datava de janeiro2009. E nem é que seja assim tão longe, mas foi toda uma jornada rumo ao oceano.
Acordar cedo num domingo, após ter ido dormir tarde no sábado, já é por si só um esforço considerável. Vesti biquíni, coloquei protetor solar na bolsa e rumei pra rodoviária, torcendo pra que o sol fosse gentil e não sumisse. Mais de 2h num ônibus, pra chegar num lugar semi esquisito e ainda pegar um barco e assim poder chegar na única praia recomendada como decente nesse vasto litoral paranaense: Ilha do Mel. Promessas de trilhas e forte e faróis e reserva ecológica, coisas que eu passaria o dia fazendo de boa, mas a romena só queria saber de fotos e de se jogar na água da primeira praia com ondas que a gente viu.
Então tá, né. Já tou aqui mesmo e esse vai ser meu domingo inteiro, para o bem ou para o mal. Entrei na onda e pronto: fiquei durante horas e horas no mar, mergulhando, levando caldo, me enchendo de areia, sendo arrastado pra longe das bolsas, correndo de volta, sendo açoitada pelas ondas que vinham fortes de todas as direções, até que de repente o sol resolveu lembrar que isso aqui não é Nordeste, fechou o tempo e nos presenteou com chuva no fim do dia (ainda bem que a essa hora a gente já tava sã, salva e dormindo dentro do ônibus, depois de o perder na rodoviária e ter que tomar um táxi pra alcançá-lo no próximo ponto).
Até que foi bom, no fim das contas. Me esforcei herculeamente para não reclamar o tempo todo de tudo o que me incomodava, e surtiu efeito. Exceto pela parte das queimaduras no ombro, que vieram fortes apesar do protetor solar e devidas reaplicações e que tornaram minhas noites muito menos agradáveis do que costumam ser. Mas fique registrado que tive minha cota de mar por um boooom tempo.
(Mostro fotos depois; estou usando computador alheio porque o meu resolveu morrer de leve.)
Praia pra mim é chegar de vestidinho e chinelo, bem cedinho de manhã, sentar numa mesa com um guarda-sol enorme e ficar olhando o mar e sentindo a maresia na cara, enquanto eu espero um caranguejo ou uma água de coco chegar. Ou então umas caminhadas enormes de fim de tarde ou à noite, dessas que sempre duram o tempo de criar uma vontade gigantesca de sentar pra comer açaí falando da vida própria e alheia.
Porque, assim: eu até gosto de banho de mar, mas veja bem, eu sou uma pessoa muito cheia de frescuras e complexos acumulados. Não gosto muito de tomar sol, porque me dá aquela moleza gigante; não gosto da água fria e do frio ainda maior quando se sai do mar e bate aquele vento no corpo molhado, odeio ficar com o cabelo grudento de sal, molhado molengo pingando nas costas; odeio aquela água salgada destruindo seus olhos e encriquilhando a pele, sobretudo se eu não puder, expresso!, correr pra uma ducha de água doce salvadora - a qual, no entanto, não me livra da sensação incômoda de estar com a bunda molhada por mais que você se se seque. (Sinta o drama da pessoa.)
Mas quando a romena tava aqui, louca pra conhecer o oceano Atlântico e cheia de planos frustrados de idas à praia com o pessoal do laboratório, me rendi, disse que faria companhia e fui à praia.
Devo mencionar que estou em Curitiba, estávamos no meio de uma semana fria e nublada de setembro (alguém avisa que já é primavera?) e todas as pessoas sempre me diziam que as praias do PR são extremamente brochantes: nunca tinha tido a curiosidade nem a disposição de ir. O que é muito natural de mim, considerando que eu passo as férias em Natal e mal vou pra praia e a última vez que eu tinha entrado no mar - e por uns poucos minutos - datava de janeiro2009. E nem é que seja assim tão longe, mas foi toda uma jornada rumo ao oceano.
Acordar cedo num domingo, após ter ido dormir tarde no sábado, já é por si só um esforço considerável. Vesti biquíni, coloquei protetor solar na bolsa e rumei pra rodoviária, torcendo pra que o sol fosse gentil e não sumisse. Mais de 2h num ônibus, pra chegar num lugar semi esquisito e ainda pegar um barco e assim poder chegar na única praia recomendada como decente nesse vasto litoral paranaense: Ilha do Mel. Promessas de trilhas e forte e faróis e reserva ecológica, coisas que eu passaria o dia fazendo de boa, mas a romena só queria saber de fotos e de se jogar na água da primeira praia com ondas que a gente viu.
Então tá, né. Já tou aqui mesmo e esse vai ser meu domingo inteiro, para o bem ou para o mal. Entrei na onda e pronto: fiquei durante horas e horas no mar, mergulhando, levando caldo, me enchendo de areia, sendo arrastado pra longe das bolsas, correndo de volta, sendo açoitada pelas ondas que vinham fortes de todas as direções, até que de repente o sol resolveu lembrar que isso aqui não é Nordeste, fechou o tempo e nos presenteou com chuva no fim do dia (ainda bem que a essa hora a gente já tava sã, salva e dormindo dentro do ônibus, depois de o perder na rodoviária e ter que tomar um táxi pra alcançá-lo no próximo ponto).
Até que foi bom, no fim das contas. Me esforcei herculeamente para não reclamar o tempo todo de tudo o que me incomodava, e surtiu efeito. Exceto pela parte das queimaduras no ombro, que vieram fortes apesar do protetor solar e devidas reaplicações e que tornaram minhas noites muito menos agradáveis do que costumam ser. Mas fique registrado que tive minha cota de mar por um boooom tempo.
(Mostro fotos depois; estou usando computador alheio porque o meu resolveu morrer de leve.)
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
colocando as novidades em dia, parte I: os intercambistas
Fiquei de cara quando parei pra pensar (graças a um comentário da AnaLoo) há quanto tempo eu não escrevia por aqui: quase 2 meses. E não é como se fossem 2 meses sem novidade alguma, porque na verdade aconteceram várias e várias coisas. Então vamos por partes:
Em se tratando de intercâmbios, os tunisianos ficaram uns dias, mal pisaram no estágio designado pra eles no hospital e saíram viajando loucamente por aí, conhecendo um monte de coisas do Brasil que eu nunca nem cheguei perto, tipo o Rio de Janeiro e Parati. Não sem antes me levarem pra ver o 1º jogo de futebol num estádio, num dia de chuva, capas de plástico e arquibancadas molhadas. Foram embora no final de agosto e nunca mais deram notícias. Não devem ter me curtido muito, no fim das contas. Talvez esperassem uma brasileira sambista e fã de praia e futebol, mas, né? Eles estavam em Curitiba e eu sou uma vergonha pra raça; nem CDs de música brasileira eu tinha as manhas de saber recomendar. Mas foi uma experiência legal, e eles me apresentaram à delícia que é comer halwa chamia (é tipo uma paçoquinha de gergelim) com azeite de oliva no pão. Nham. (Quero ver onde é que eu vou encontrar isso pra vender aqui no Brasil, mas tudo bem.)
Uns dias depois, estava eu bem sossegada num sábado à tarde, quando recebo a ligação que mudaria meu setembro inteiro: "Ana, você pode receber algum intercambista na sua casa?". Depois da minha resposta positiva que veio sem muita reflexão, no outro dia de manhã me aparece uma romena baixinha, gordinha, sorridente e muito querida pra passar o mês inteiro aqui no apartamento. Essa era mais tranqüila, mais caseira, mais parecida comigo. Gostei mais dela e a recíproca foi super válida.
Conversávamos bastante, enquanto ela amenizava os estragos nas minhas unhas quebradas/roídas em noites frias de café e músicas dos mais variados estilos. (Inclusive, ela destruiu minhas estatísticas nos sites de música, ouvindo coisas bizarras no repeat durante horas, quando eu esquecia de desligar o plugin que registra tudo.) Morri de rir com as tentativas dela de falar português, assim como ela ria com minhas tentativas de falar romeno. Mas ela até que aprendeu um bocado e de vez em quando eu e meus amigos nos surpreendíamos com ela fazendo algum comentário sobre algum diálogo que tinha acontecido totalmente em português.
Foi legal ter companhia em casa para jantar e tomar café da manhã, pra desabafar de um dia ruim, pra sair à noite, pra dar uma volta no Mercado Municipal, mas acho que já me acostumei muito com a vida de morar sozinha e essa experiência me fez repensar muito se eu teria a paciência suficiente de morar com uma pessoa estranha, por mais que a gente se desse bem de cara.
E me fez ter consciência de que eu não sou uma pessoa muito boa pra receber visitas com tanta freqüência: além de não saber muito sobre a cultura local, e frustrar o estereótipo de Brasil das pessoas, a chance de eu deixar minhas coisas importantes de lado é alta e depois vem com força o desespero de não-vai-dar tempo-não! Mas já tive o bastante de intercâmbios por esse ano, acho. E não acho que mais ninguém venha tão cedo, anyway. Agora é só decidir pra onde eu vou ano que vem e tentar incluir a Romênia em algum ponto da viagem.
Em se tratando de intercâmbios, os tunisianos ficaram uns dias, mal pisaram no estágio designado pra eles no hospital e saíram viajando loucamente por aí, conhecendo um monte de coisas do Brasil que eu nunca nem cheguei perto, tipo o Rio de Janeiro e Parati. Não sem antes me levarem pra ver o 1º jogo de futebol num estádio, num dia de chuva, capas de plástico e arquibancadas molhadas. Foram embora no final de agosto e nunca mais deram notícias. Não devem ter me curtido muito, no fim das contas. Talvez esperassem uma brasileira sambista e fã de praia e futebol, mas, né? Eles estavam em Curitiba e eu sou uma vergonha pra raça; nem CDs de música brasileira eu tinha as manhas de saber recomendar. Mas foi uma experiência legal, e eles me apresentaram à delícia que é comer halwa chamia (é tipo uma paçoquinha de gergelim) com azeite de oliva no pão. Nham. (Quero ver onde é que eu vou encontrar isso pra vender aqui no Brasil, mas tudo bem.)
Uns dias depois, estava eu bem sossegada num sábado à tarde, quando recebo a ligação que mudaria meu setembro inteiro: "Ana, você pode receber algum intercambista na sua casa?". Depois da minha resposta positiva que veio sem muita reflexão, no outro dia de manhã me aparece uma romena baixinha, gordinha, sorridente e muito querida pra passar o mês inteiro aqui no apartamento. Essa era mais tranqüila, mais caseira, mais parecida comigo. Gostei mais dela e a recíproca foi super válida.
Conversávamos bastante, enquanto ela amenizava os estragos nas minhas unhas quebradas/roídas em noites frias de café e músicas dos mais variados estilos. (Inclusive, ela destruiu minhas estatísticas nos sites de música, ouvindo coisas bizarras no repeat durante horas, quando eu esquecia de desligar o plugin que registra tudo.) Morri de rir com as tentativas dela de falar português, assim como ela ria com minhas tentativas de falar romeno. Mas ela até que aprendeu um bocado e de vez em quando eu e meus amigos nos surpreendíamos com ela fazendo algum comentário sobre algum diálogo que tinha acontecido totalmente em português.
Foi legal ter companhia em casa para jantar e tomar café da manhã, pra desabafar de um dia ruim, pra sair à noite, pra dar uma volta no Mercado Municipal, mas acho que já me acostumei muito com a vida de morar sozinha e essa experiência me fez repensar muito se eu teria a paciência suficiente de morar com uma pessoa estranha, por mais que a gente se desse bem de cara.
E me fez ter consciência de que eu não sou uma pessoa muito boa pra receber visitas com tanta freqüência: além de não saber muito sobre a cultura local, e frustrar o estereótipo de Brasil das pessoas, a chance de eu deixar minhas coisas importantes de lado é alta e depois vem com força o desespero de não-vai-dar tempo-não! Mas já tive o bastante de intercâmbios por esse ano, acho. E não acho que mais ninguém venha tão cedo, anyway. Agora é só decidir pra onde eu vou ano que vem e tentar incluir a Romênia em algum ponto da viagem.
Assinar:
Postagens (Atom)