Os tunisianos chegaram sexta de manhã e fomos eu e Regina buscá-los na rodoviária. Eu sou anfitriã, a pessoa que dá teto, cama, café da manhã, um lugar pra lavar roupa e um chá das 5; ela é a madrinha, a pessoa que busca quando chega, ensina os lugares na cidade e leva pra passear. Mas claro que eu vou junto na hora dos passeios, hehe.
É lógico que eles não vieram da Tunísia de ônibus; desceram no Rio, passaram uma noite lá e depois vieram pra Curitiba. Eles parecem ser pessoas bacanas e fiquei feliz por eles serem bem dispostos a conhecer as coisas diferentes daqui e não parecerem ser muito frescurentos. Como praticamente o país inteiro, eles são muçulmanos, mas ainda não vi nenhuma vez eles rezando pra Mecca, haha. Amine não come carne de porco, mas Alia não tá nem aí
O que eu mais fiquei de cara é que eu tava esperando duas meninas, porque nos e-mails que recebi, o assunto sempre era "as tunisianas". Aí na noite anterior à chegada, mando uma SMS feliz começando com "hey girls". E a resposta, qual foi? "LOL, we're a boy and a girl". Sobre isso, apenas um comentário: eu espero muito não depender da pessoa que atualmente coordena os estágios para poder viajar (se tudo der certo) no ano que vem (ainda não sei bem pra onde). Se alguém que organiza as coisas não sabe nem o sexo de quem tá vindo, imagina o resto dos ajustes.
No 1º dia, fomos dar umas voltas pelo Centro da cidade, mostrar as coisas legais aqui por perto e eles já se aventuraram e omeram pamonha, pastel e suco de maracujá. De noite, fiz um cuscuz com ovo, hahaha, porque se quer comer comida brasileira, então taqui. (É que na Tunísia o prato principal também se chama cuscuz, mas é diferente; feito de trigo e tal.)
Ontem, fomos comprar coisas no Centro, depois almoçar numa churrascaria que tinha feijoada, feijão tropeiro e macaxeira frita. E depois fomos visitar um parque onde vários outros intercambistas do mesmo esquema estavam: 3 italianas, um português e um japonês. Todo mundo combinando de jantar numa super churrascaria à noite e depois ir no forró para dançar. Acabei nem indo junto, porque além de não gostar estava pobre, haha.
E hoje eles acordaram cedíssimo e foram pra Morretes, uma cidade vizinha que eu nem conheço ainda. Adoro empolgação turística: é uma coisa que me comove. Na verdade, acho ruim é o fato de que, depois de um tempo, você meio que se acostuma com as possibilidades e acabe deixando tudo pra depois. E a falta de companhias pra rolés tronxo aventureiros também pesa um tanto nisso.
Enfim, depois eu falo mais. Tá na hora do almoço.
domingo, 16 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
eternamente sem aulas
O Conselho Universitário (Coun), instância máxima de decisão da Universidade Federal do Paraná, adiou a volta às aulas, prevista para a próxima segunda-feira (17/8), para o dia 24 de agosto.
O novo adiamento foi decidido com base nas informações das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e nos dados dos boletins epidemiológicos, que apontaram um aumento no número de casos da nova gripe. As aulas da universidade estão suspensas desde o último dia 30 de julho.
NUM VÔ NEM DIZER MAIS NADA.
Tou aqui achando que, quando voltarem as aulas, eu não vou nem mais saber escrever.
O novo adiamento foi decidido com base nas informações das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e nos dados dos boletins epidemiológicos, que apontaram um aumento no número de casos da nova gripe. As aulas da universidade estão suspensas desde o último dia 30 de julho.
NUM VÔ NEM DIZER MAIS NADA.
Tou aqui achando que, quando voltarem as aulas, eu não vou nem mais saber escrever.
continue a limpar
Um dialogo de MSN muito sincero de alguns minutos atrás:
Rubber Cannonball says:
vc já leu sobre a tunísia?
pra vc n falar bobagem pra ela ;P~
ana says:
ainda não
tou mais preocupada em arrumar a casa
porque tá tudo uma bagunça
terminei de limpar e arrumar o quarto dela
agora vou varrer o resto da casa
e limpar o banheiro
Rubber Cannonball says:
nossa
vc tem q receber uma vez por mês então ;P~
Haha. Pior que é verdade.
Rubber Cannonball says:
vc já leu sobre a tunísia?
pra vc n falar bobagem pra ela ;P~
ana says:
ainda não
tou mais preocupada em arrumar a casa
porque tá tudo uma bagunça
terminei de limpar e arrumar o quarto dela
agora vou varrer o resto da casa
e limpar o banheiro
Rubber Cannonball says:
nossa
vc tem q receber uma vez por mês então ;P~
Haha. Pior que é verdade.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
passadeira
Eu não me importo em lavar louça, sobretudo usando minhas luvinhas amarelas que não deixam a água fria tocar as mãos. Não me importo em varrer a casa. Não me importo em lavar a geladeira. (Com isso quero na verdade dizer: uma coisa é ter preguiça, outra coisa é ter abuso.) Mas algumas tarefas domésticas são imensamente mais chatas do que outras. Sem mencionar meio inúteis.
Passar roupas, por exemplo, é uma coisa muito irritante. Geralmente eu fujo disso: coloco a roupa o mais esticadinha possível no varal e zás! Dá aquela passadinha de mão e dobra, pronto. Mas às vezes não funciona, tipo quando você faz aquele embolado na hora da preguiça, ou quando o tecido é daqueles bem prisiacas, que ficam cheio de vincos e só no ferro bem quente pra dar jeito.
Tou aqui com um monte de coisas que precisam ser dobradas ou empilhadas pra passar mais tarde. Acho chato, mas coloca um sonzinho e a gente vai levando. Mas tem coisa que eu me recuso. Por exemplo, passar pijama. Lá em casa, mainha faz questão, mas nunca entendi o propósito de gastar tempo e energia pra esticar uma roupa que você usa pra dormir e depois vai acordar tão amassada quanto (ou até mais do que) no momento em que você tira do varal. Aqui vai tudo direto pra pilha de guardar no armário.
(Se dependesse só do abuso que eu tenho de passar orupa, teria apenas roupas de malha. Meu senso de ridículo e minhas banhas não deixam.)
Passar roupas, por exemplo, é uma coisa muito irritante. Geralmente eu fujo disso: coloco a roupa o mais esticadinha possível no varal e zás! Dá aquela passadinha de mão e dobra, pronto. Mas às vezes não funciona, tipo quando você faz aquele embolado na hora da preguiça, ou quando o tecido é daqueles bem prisiacas, que ficam cheio de vincos e só no ferro bem quente pra dar jeito.
Tou aqui com um monte de coisas que precisam ser dobradas ou empilhadas pra passar mais tarde. Acho chato, mas coloca um sonzinho e a gente vai levando. Mas tem coisa que eu me recuso. Por exemplo, passar pijama. Lá em casa, mainha faz questão, mas nunca entendi o propósito de gastar tempo e energia pra esticar uma roupa que você usa pra dormir e depois vai acordar tão amassada quanto (ou até mais do que) no momento em que você tira do varal. Aqui vai tudo direto pra pilha de guardar no armário.
(Se dependesse só do abuso que eu tenho de passar orupa, teria apenas roupas de malha. Meu senso de ridículo e minhas banhas não deixam.)
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
gente em casa
Já moro sozinha há alguns meses. Já me acostumei com o silêncio, com o aumento da bagunça, com a louça que sempre é minha, com a chave-reserva sempre em cima da estante, com a ausência de alguém pra comentar sobre a música que tá tocando.
Esse fim de semana Tory veio pra cá, fuga relâmpago de São Paulo só pra mudar de ares e com passagem de volta já comprada, porque as pessoas agora são gente grande e trabalham. Adoro receber pessoas aqui, mas como a maioria dos meus amigos mora em Natal, visitas não são uma constante.
Enfim. Conversamos um bocado sobre sair de casa, mudar de cidade, morar com pessoas e tudo o mais. Ela tá se organizando pra mudar com mais 2 amigas e passando por todas as coisas chatas de procurar apartamento com preço razoável e boa localização (o que, considerando o fator São Paulo da coisa, me pareceu ser um martírio).
Conversa vai e vem, fico pensando que, sim, seria legal morar com alguém bacana de novo. Voltar a fazer as refeições à mesa, ao invés de assistindo seriado ou clipes na MTV. Ter com quem conversar coisas bobas do dia, sobretudo se fosse alguém fora do curso, porque falar de Medicina 24/7 não me parece uma opção tão válida. Talvez eu só precisasse me empenhar em conhecer mais gente aqui e descobrir contatos de gente que precisa de um apartamento. (Às vezes queria que a sociabilidade e a tagarelice dos meus pais tivesse vindo como herança genética.)
Enquanto isso não acontece, movida por uma leve solidão e por uma vontade de conhecer gente nova (me bate às vezes, apesar da timidez constante), me candidatei pra receber uma das tunisianas que vão chegar essa semana para os intercâmbios da faculdade. Espero que dê certo. De qualquer forma, arrumar a bagunça do quarto vazio (que virou semi-despejo) não mata ninguém.
Esse fim de semana Tory veio pra cá, fuga relâmpago de São Paulo só pra mudar de ares e com passagem de volta já comprada, porque as pessoas agora são gente grande e trabalham. Adoro receber pessoas aqui, mas como a maioria dos meus amigos mora em Natal, visitas não são uma constante.
Enfim. Conversamos um bocado sobre sair de casa, mudar de cidade, morar com pessoas e tudo o mais. Ela tá se organizando pra mudar com mais 2 amigas e passando por todas as coisas chatas de procurar apartamento com preço razoável e boa localização (o que, considerando o fator São Paulo da coisa, me pareceu ser um martírio).
Conversa vai e vem, fico pensando que, sim, seria legal morar com alguém bacana de novo. Voltar a fazer as refeições à mesa, ao invés de assistindo seriado ou clipes na MTV. Ter com quem conversar coisas bobas do dia, sobretudo se fosse alguém fora do curso, porque falar de Medicina 24/7 não me parece uma opção tão válida. Talvez eu só precisasse me empenhar em conhecer mais gente aqui e descobrir contatos de gente que precisa de um apartamento. (Às vezes queria que a sociabilidade e a tagarelice dos meus pais tivesse vindo como herança genética.)
Enquanto isso não acontece, movida por uma leve solidão e por uma vontade de conhecer gente nova (me bate às vezes, apesar da timidez constante), me candidatei pra receber uma das tunisianas que vão chegar essa semana para os intercâmbios da faculdade. Espero que dê certo. De qualquer forma, arrumar a bagunça do quarto vazio (que virou semi-despejo) não mata ninguém.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
just bad news, bad news, bad news
Hoje, feliz e sorridente, fui abrir minha caixa de e-mails e me deparo com:
A Universidade Federal do Paraná decidiu prorrogar por mais uma semana a suspensão das aulas de todos os seus cursos de graduação e pós-graduação, em decorrência da epidemia de gripe A (H1N1). Inicialmente previsto para a próxima segunda-feira (10/8), o retorno às aulas está adiado para o dia 17 de agosto.
E não é que eu não goste de férias. Mas é só que metade dos meus amigos viajou daqui e eu ainda fico pensando na encurtada que minha férias de dezembro vão sofrer, sem mencionar os professores que, quando/se voltarem as aulas algum dia, vão querer férias de todo jeito e vão correr (rápido feito foguete) com a matéria.
Sem mais para o momento,
A Universidade Federal do Paraná decidiu prorrogar por mais uma semana a suspensão das aulas de todos os seus cursos de graduação e pós-graduação, em decorrência da epidemia de gripe A (H1N1). Inicialmente previsto para a próxima segunda-feira (10/8), o retorno às aulas está adiado para o dia 17 de agosto.
E não é que eu não goste de férias. Mas é só que metade dos meus amigos viajou daqui e eu ainda fico pensando na encurtada que minha férias de dezembro vão sofrer, sem mencionar os professores que, quando/se voltarem as aulas algum dia, vão querer férias de todo jeito e vão correr (rápido feito foguete) com a matéria.
Sem mais para o momento,
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
permanecendo em repouso
Forças não são aplicadas no sentido de me fazer sair de casa. Tem muita coisa pra se fazer sem tirar o pé da porta: não que eu necessariamente as faça. Tou passando mais tempo na cama do que se estivesse gripada, e nem acho isso ruim.
Laptop no colo: sites de fotografia, músicas, episódios de Big Bang Theory, vídeos engraçados no YouTube. Além disso, os travesseiros. Ah, os travesseiros.
Laptop no colo: sites de fotografia, músicas, episódios de Big Bang Theory, vídeos engraçados no YouTube. Além disso, os travesseiros. Ah, os travesseiros.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
férias do porco
Voltar pra Curitiba por causa do início do semestre - embora já atrasada em uma semana - numa segunda-feira de manhã e descobrir, na quinta de manhã, ao chegar em frente à sala de aula, que as atividades na universidade foram suspensas por causa da tal gripe suína pelo menos até dia 10 de agosto, me fez ficar fuuuuuuuuuuuu.
Porque, óbvio, eu poderia estar em Natal até agora, curtindo umas férias extendidas, cuidando do meu gato recém-cirurgiado, saindo com amigos que eu passo os meses letivos sem ver, assistindo aos programas dos canais de tv a cabo e refazendo o exame prático do DETRAN (porque eu não passei de primeira e tal).
Mas o que se há de fazer, não é mesmo, minha gente? Eu não sou culpada pela histeria coletiva alheia. Acho essa história de H1N1 um exagero danado, sensacionalismo pra desviar a atenção de coisas mais importantes. É claro que eu não vou sair por aí colando em quem estiver espirrando, assim como nunca fiz qualquer que fosse o tipo do resfriado. Lavo as mãos - como sempre fiz - porque tenho higiene e não deixo de conviver com as pessoas. Quantos morrem todo dia de tantas outras doenças e ninguém tá nem aí? Nem quero falar sobre isso, porque me irrita de leve. Sinto ganas de dar uma voadora nas pessoas que ficam andando por aí o dia inteiro de máscara, como se um negócio daquele com validade de apenas 2h e abafando na sua cara fosse ter serventia prática. Enfim.
Fato é que, bem, estou aqui curtindo a doce sensação de vadiagem. Dormindo até que o sono acabe, vendo filmes e seriados, bem devagar mas sempre arrumando a bagunça no apartamento. Combinando programinhas light com os amigos que não viajaram, conversando besteira, comendo cachorro-quente ou pizza, jogando Monopoly até que os roubos se tornem insustentáveis.
Hoje vou, pela primeira vez desde que cheguei, encarar uma aglomeração: encontrar um amigo que não vejo há tempos e ver Inimigos Públicos no cinema. E nem sei se conta muito, considerando que é um shopping pequeno, hoje é segunda-feira e as pessoas devem estar sendo vítimas do seu medo, cada uma em suas casas.
Mas o que se há de fazer, não é mesmo, minha gente? Eu não sou culpada pela histeria coletiva alheia. Acho essa história de H1N1 um exagero danado, sensacionalismo pra desviar a atenção de coisas mais importantes. É claro que eu não vou sair por aí colando em quem estiver espirrando, assim como nunca fiz qualquer que fosse o tipo do resfriado. Lavo as mãos - como sempre fiz - porque tenho higiene e não deixo de conviver com as pessoas. Quantos morrem todo dia de tantas outras doenças e ninguém tá nem aí? Nem quero falar sobre isso, porque me irrita de leve. Sinto ganas de dar uma voadora nas pessoas que ficam andando por aí o dia inteiro de máscara, como se um negócio daquele com validade de apenas 2h e abafando na sua cara fosse ter serventia prática. Enfim.
Fato é que, bem, estou aqui curtindo a doce sensação de vadiagem. Dormindo até que o sono acabe, vendo filmes e seriados, bem devagar mas sempre arrumando a bagunça no apartamento. Combinando programinhas light com os amigos que não viajaram, conversando besteira, comendo cachorro-quente ou pizza, jogando Monopoly até que os roubos se tornem insustentáveis.
Hoje vou, pela primeira vez desde que cheguei, encarar uma aglomeração: encontrar um amigo que não vejo há tempos e ver Inimigos Públicos no cinema. E nem sei se conta muito, considerando que é um shopping pequeno, hoje é segunda-feira e as pessoas devem estar sendo vítimas do seu medo, cada uma em suas casas.
domingo, 2 de agosto de 2009
(re)começo
Semestre novo, tentativa de vida nova. Aí achei que era uma boa idéia criar um blog novo. Reciclando o conceito (e o nome) do antigo, só por aquele prazer de caderno que a gente compra e fica folheando, pensando no que vai usar pra preencher as páginas, tão receptivas.
Então é isso: diarinho das pequenas coisas que acontecem todo dia, pra que as pessoas de longe se sintam mais perto. Pegue a xícara de café e pronto, em minutos você fica sabendo como vai a vida na cidade grande, longe de casa, uma garota se virando com a faculdade, a economia doméstica e os pratos sujos.
Então é isso: diarinho das pequenas coisas que acontecem todo dia, pra que as pessoas de longe se sintam mais perto. Pegue a xícara de café e pronto, em minutos você fica sabendo como vai a vida na cidade grande, longe de casa, uma garota se virando com a faculdade, a economia doméstica e os pratos sujos.
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